sábado, 19 de julho de 2008

SRPG - Thomás vs Rabay [parte III - final]

Thomás, o arqueiro do elemento terra, encontrava-se parado no meio do que antes era o centro da cidade. Estava extremamente concentrado, controlando as agora pequenas porções de terra altamente comprimidas, cada uma não maior que uma bola de futebol e pesando milhares de toneladas. Elas pulsavam e tremiam no ar, cheias de energia, parecendo estar aquém de serem controladas pelo arqueiro. Ao seu redor, enormes crateras do solo que ele subtraiu para criar aquelas massas concentradas formavam uma elevação que parecia uma arena, de alguns metros de diâmetro.

Já Rabay, o mago do elemento luz, voava furiosamente na direção de seu adversário, com a ajuda de seu pássaro luminescente. Segurava na mão direita o cetro com a energia provinda das estrelas, o que deixava nos céus um impressionante rastro azul. As radiações diretamente absorvidas pela arma, sem antes ter passado pela atmosfera terrestre, com certeza lhe davam propriedades especiais, e um poder grandioso.
Thomás adiantou-se, e lançou com incrível velocidade, algumas das rochas concentradas que havia criado. Rabay segurou o cetro com as duas mãos, e como se estivesse “surfando” no pássaro de luz, desferiu um golpe na diagonal. O ataque foi certeiro, e destruiu numa grande explosão o aglomerado lançado. Seus pedaços caíram no chão. Mesmo os menores formavam crateras consideráveis, devido ao peso do cada um e às dimensões reduzidas, o que causava uma tensão descomunal.

O arqueiro começou a fazer com que as rochas que havia formado girassem volta de seu corpo, com uma distância de alguns metros, e eventualmente lançando uma ou outra no mago, que cada vez estava mais próximo. Rabay destruía com seu cetro energizado cada um dos projéteis. Thomás resolveu mudar a estratégia, e então ergueu seus braços, com os punhos cerrados. As porções negras de terra concentrada passaram a se aglutinar em volta deles, formando algo parecido com enormes clavas.

O mago aproveitou a chance, e pulou de seu pássaro, caindo a algumas dezenas de metros de seu adversário. O pássaro de luz, por sua vez, continuou sua trajetória. Não só isso: passou a acelerar e tomar a forma de um raio, indo de encontro direto ao arqueiro, que rapidamente colocou-se em posição defensiva, com seus dois braços aglutinados de matéria concentrada. Os braços do arqueiro agora tinham quase dois metros de comprimento.

O pássaro descarregou toda sua energia no choque. Thomás foi arrastado por alguns metros, mas deteve a criatura invocada com destreza após dois ou três segundos, assim que ela se exauriu. Rabay, enquanto isso, se aproximava com grandes pulos.

Próximo de seu adversário, o mago foi pego de surpresa. Entre um salto e outro, Thomás ergueu os enormes braços e bateu-os no chão com colossal força. Uma ondulação se espalhou rapidamente por uma grande área, atirando os escombros que haviam sobrado dos prédios em volta para cima. O mago foi jogado para o alto. O arqueiro aproveitou e saltou, tentando acerta-lo com um dos braços.

No ar, Rabay recompô-se o mais rápido que pôde, e defendeu o ataque com o cetro energizado. O potente choque provocou uma enorme explosão e um clarão. Os dois adversários foram lançados para o chão.

Ambos já estavam cansados, mas levantaram-se rapidamente, e correram um na direção do outro. Thomás levantou o braço direito, e tentou acertar Rabay por cima. O mago reuniu toda a energia que pôde e golpeou em arco na horizontal.

Um choque de alguns instantes se seguiu. O mago esvaía toda a energia concentrada das estrelas do cetro, a fim de destruir aquele poderoso aglomerado de matéria que envolvia o braço do arqueiro. Outra grande explosão ocorreu, mas dessa vez bem maior que a anterior. Os dois fizeram o máximo para não serem atirados.

Rabay encontrava-se então caído, ofegante e cansado. Thomás, a alguns metros, olhava com ligeira surpresa para o braço direito, que lentamente se rachou, com as pesadas rochas juntando-se num grande monte ao seu lado. Quando todas já haviam caído, passou a caminhar, triunfante, até seu oponente.

- Parece que esse é o fim da nossa batalha. – olhou por um segundo para o cetro, descarregado, na mão direita de Rabay. Então olhou para o mago, ofegante e caído no chão, como se parecesse concentrado tentando buscar a solução de um problema impossível. Parou à sua frente e ergueu o braço direito.

Rabay, subitamente, segurou o cetro com as duas mãos e fincou-o com toda força no braço do oponente, que não esperava por isso. Antes de soltar a arma, encheu-a de sua própria energia. Uma rajada de luz explodiu de dentro do aglomerado. Rabay aproveitou para se afastar.

Mais uma rachadura, e o braço de matéria concentrada se desfez em centenas de pedaços. O cetro do mago se perdeu naquele monte, e provavelmente estaria danificado em meio àquelas rochas extremamente pesadas. O arqueiro feriu-se no braço, com sangue escorrendo e caindo no chão.

De um lado, Rabay havia perdido seu cetro. Do outro, Thomás estava agora com um braço incapacitado.

Foi então que dois braços de rocha começaram a crescer dos ombros do arqueiro. Rabay não se abalou, sabia que não eram tão precisos e ágeis como seus braços naturais. O mago então, então, começou a concentrar energia em seus próprios braços, formando algo como duas lâminas ondulantes de pura luz.

Os dois começaram a se golpear, cada um desviando dos golpes do outro, ou no máximo medindo forças quando colidiam suas “armas”. Rabay, entretanto, baixou a guarda por um momento, olhando para o lado. Algo lhe parecia estranho.

Thomás aproveitou a chance e lhe acertou um soco no peito, que o jogou longe. Rabay recompô-se e correu na direção de seu oponente. Atacou-lhe, mas foi facilmente defendido.

- Tem algo errado aqui, Thomás! – disse o mago, para a surpresa de seu adversário. Os dois se afastaram por um momento.

- Do que é que você está falando? – disse Thomás, mas já avançando para outro ataque. Os dois continuaram a combater, mas entre um golpe defendido e outro, falavam.

- Eu coloquei globos de luz aqui em volta.

- E daí?

- Alguém passou na frente de um deles, e eu senti a variação!

- Eu não senti nenhum piso numa área de alguns quilômetros! – falou Thomás, acertando então um soco no estômago de Rabay. O mago foi jogado alguns metros para trás.

- Alguém deve ter seguido você. Não pela terra, mas pelo ar!

- E por que você só percebeu isso agora?

- Eles só se aproximaram depois de nós dois estarmos em desvantagem!

Thomás percebeu que era verdade. Alguém estava ali para derrotá-los, ou até pior.

Talvez um assassino mandado? – pensou o arqueiro. Sentiu então os dois se aproximando. Os dois se entreolharam. Sabiam qual seria a melhor estratégia de sobrevivência. Sacou seu arco e foi caminhando na direção do mago, que se encontrava caído.

- Eu sou o vencedor desse duelo. – Thomás materializou uma flecha de rubi no ar.

Subitamente, o arqueiro virou-se, jogando o corpo para trás e atirando a flecha ao mesmo tempo. Rabay lançou, na mesma direção, uma forte rajada de luz.

A rajada se juntou à flecha no meio do caminho, fazendo ela emitir uma luz prismática. Rabay e Thomás olharam, surpresos, para não um, mais os dois oponentes que vinham enfrentá-los.

- Não é possível… Vocês?! – disse Rabay, atônito, vendo as duas figuras que se preparavam para defender a flecha lançada.

2 comentários:

Thomás disse...

OMG. Isso fica cada vez melhor!
Eu já imaginava que mais pessoas iriam aparecer.
Só estou curioso para saber que são os dois. Se for a Bibi, Diogo ou João eu me ferrei.
E a nossa trilha é com tambores de Taiko. \o/

Anônimo disse...

Também fiquei curiosa pra saber quem apareceu =)

A parte do Thomás materializar uma flecha de rubi me lembrou Harry Potter... tem uma parte em que o Harry está em um labirinto e, quando encontra pessoas machucadas, ele lança um jorro de fogos para indicar que há feridos e alguém vir ajudar =)

E a coisinha aqui esqueceu de qual livro é, hahaha. Mas tem capa verde =P

P.S.: Gostei da sugestão de trilha sonora ^^