sábado, 14 de junho de 2008

Spore

Outro dia comentei sobre como eu havia “voltado” (ou seria “visitado”?) ao mundo dos games após jogar o famigerado GTA4 pro já não tão novo XBox 360. Mas acho que deixei de comentar sobre qual seria meu tipo de jogo favorito.


Seriam os jogos divertidos, intuitivos, interativos, com os personagens clássicos? Ou os jogos aprimorados graficamente, realistas, que geralmente são mais viciantes a longo prazo?

Bem, na verdade, nenhuma das anteriores. O tipo de jogo que parece mais me agradar são os jogos de criação (ou seriam os jogos de simulação?). Gastei muito mais tempo em jogos como The Sims, Sim City e Roller Coaster Tycoon que com quaisquer outros jogos.

Posso estar sendo muito restritivo aqui, considerando-se que não há tantos jogos nesse estilo (se é que ele pode ser considerado um), mas eles sempre me atraíram mais do que os outros. Controlar um parque de diversões, um hospital, construí-los e gerenciá-los como bem entender, parece tão interessante, pelo menos pra mim. Pergunto-me se não são também incrivelmente interessantes para vocês e para os outros, jogadores veteranos ou “simples mortais”.

Nesse campo dos jogos de criação, destaca-se a Maxis. Não só por ser a responsável por títulos como The Sims e SimCity, extremamente vendidos e explorados, mas por seu jeito único de caracterizar os seus jogos. Normalmente, eles não são só “jogos de criação”, como o são sem terem objetivos claramente definidos. O jogador, em teoria, pode fazer o que quiser, pode definir seus rumos dentro do jogo. Aqui há o argumento de muitos jogadores que não gostam do estilo, que não há um final definido para esses jogos. Eu classifico isso mais como uma tradição que há, que os jogos devem ter obrigatoriamente um final. Mas qual a diferença entre um final programado pelo desenvolvedor e um “programado” por você mesmo? Por exemplo, em The Sims 2, eu estabeleci que meu objetivo seria criar um “clã” único do qual um monte de Sims fossem descendentes de um único casal, construindo casas para eles e até, num dado nível genealógico, eventualmente juntando primos e primas. Foi um jogo que demorou muito para me enjoar, e isso se eu não voltar a jogá-lo ocasionalmente.

Comparo aqui os jogos da Maxis com o famoso Lego, certamente presente em nossas infâncias. Ele não tinha um objetivo claramente definido que não fossem os nossos próprios, “conscientes”, pré-estabelecidos (eu lembro-me de gostar de montar um foguete de vários andares, externamente no estilo das naves Apollo), e um “inconsciente”, nossa diversão. E as possibilidades do jogo eram muito maiores que a de qualquer outro jogo mais convencional. Não preciso dizer que Lego é, ao meu ver, um dos brinquedos mais interessantes já inventados, e que é uma pena que hoje ele tenha perdido a popularidade (não consideremos aqui as adaptações em games de grandes franquias em versões Lego, como para Star Wars e futuramente, Indiana Jones).

Mas, mesmo com esses jogos, eu acabei me afastando um pouco das novidades em geral nesse mundo, como descrevi naquele post sobre o XBox 360. Entretanto, já há algum tempo (creio que uns dois anos), descobri um novo “jogo de criação”, também da Maxis. E veio a empolgação, a procura por informações e trailers. Dado o grande intervalo desde os primeiros trailers e o lançamento do jogo, invariavelmente “me esqueci”, mas finalmente o mesmo está próximo, e o interesse, com isso, volta. O nome do jogo: SPORE.

A premissa é grandiosa. Primeiro, criar um ser unicelular e evoluí-lo. Depois, invadir a terra e evoluir ainda mais, até alcançar a consciência. Então, formar uma tribo, se desenvolver tecnologicamente e lutar pela sobrevivência. Em seguida, no controle de uma civilização, unificar o planeta, seja na guerra ou na paz. Finalmente, iniciar a exploração espacial, conhecendo novos planetas (com criaturas como as que você cria no seu, com seres inteligentes como o que você desenvolveu). E tudo isso com uma fase à cada frase. Cada fase como um jogo à parte, com claras semelhanças com outros jogos, como Civilization, Age of Empires, Pac Man...

O melhor de tudo, são as ferramentas de criação que estarão disponíveis. Os prédios, as árvores, os veículos… Tudo poderá ser personalizado. A mais impressionante dessas ferramentas é o criador de criaturas, que inclusive, chamou tanto a atenção que terá uma versão disponibilizada gratuitamente (com 25% das “peças” que possam ser usadas na criação das criaturas), e uma paga, ambas disponibilizadas no dia 17 (próxima terça-feira). Também foi uma estratégia para que o jogo já viesse para o mercado (ele vai ser lançado em 7 de setembro) com uma grande base de criaturas criadas pelos jogadores povoando a galáxia.
Versão antiga do editor
Exemplos de criaturas criadas com o editor de criaturas, por sortudos que já possuem o editor em mãos.

Outro ponto interessante do jogo, é como ele “vai ser online, sem necessariamente ser online”, de acordo com a definição dada pelo próprio criador do jogo (que aliás, pra quem não conhece, é Will Wright, o mesmo da frase do blog na semana em que este texto foi postado). O conteúdo criado pelo jogador vai ser colocado nos servidores do jogo, sendo então “distribuído” para todos os outros, mas sendo controlado no jogo dos outros “pela CPU” – ou seja, nada daqueles jogadores viciados que muito provavelmente iriam escrotizar seu planeta simplesmente porque você não joga tanto quanto eles. Além disso, as criaturas de seus amigos que jogarem SPORE terão preferência em sua galáxia, creio eu que nas vizinhanças de seu planeta natal.

Bem, eu acredito que vai ser o jogo mais vendido da história, tal qual foi The Sims, pelo menos para PCs. A premissa e o modo como tudo foi criado foram, ao meu ver, geniais. E eu aguardo até a próxima terça para finalmente começar a criar minhas criaturas, espero que vocês também!
Site oficial (onde será liberado o download do editor em versão trial)

4 comentários:

D-mariano disse...

posso dizer que espero o lançamento desse jogo tambem, na verdade minha ansia é pelo editor de criaturas, um sistema 3d de facil utilização e que dá liberdade para se produzir diferentes formas vivas que "darão um jeito de sobreviver mesmo por mais bizarro que seja" é algo impressionante.

Pretendo passar horas criando coisas nesse programa, por isso quero versão full, diz a lenda que será algo em torno de 9 dolares, já no Brasil só deus sabe.

Anônimo disse...

Compartilho do mesmo sentimento, Rabay. Apesar de eu adorar jogos de RPG, os que eu mais joguei são esses de criação. Adoro The Sims, não importa quantas vezes eu recomece a jogar, nunca perde a graça!

Espero ansiosamente o Spore! Essa história de "online offline" é interessante; e vale lembrar que o The Sims online não fez sucesso e os criadores desistiram desse nicho. Concordo com a decisão (e não apenas porque eu não gosto de jogar com outras pessoas - é, eu sei, eu sou anti-social, hahaha), mas porque jogos de criação são para serem jogados alone, é quando cada um entra em seu mundinho - literalmente.

E que venham mais jogos assim!

Bianca Hayashi disse...

Só pra constar... adorei a descrição do blog e do autor!

Ivan Yukio disse...

Na versão full tem bichos voadores
e bicho mais complexo = maior tempo de gestação no jogo real. Uma horda de bichos pequenos poderão dominar o jogo até.

E tira essa trava de segurança rabay, chato ficar digitando letrinhas.