sábado, 26 de abril de 2008

Prólogo - O desenvolvimento de uma civilização

Foram necessários apenas alguns milhões de anos (diante das proporções titânicas das eras geológicas) para que aquelas criaturas da savana despertassem para a consciência.

Mas esse despertar, de forma alguma, não foi precedido por grandes saltos evolutivos que acabaram, muito tempo depois, por definir o que é um animal, e o que é um ser inteligente. Dentre eles, um dos dedos opondo-se aos outros, permitindo o manuseio de objetos, de armas, de equipamentos. Também a caça em conjunto, potencializada pela visão binocular dos indivíduos, cada vez mais aguçada e permitindo a melhor percepção da profundidade. Outro exemplo, a capacidade de se comunicar, de criar e transmitir cultura através das gerações.

Após esse despertar, passaram-se alguns milhares de anos. Foi descoberto o fogo, a cerâmica, entre outros artifícios. Conjuntamente chegou a época em que aquelas criaturas se organizavam em numerosas tribos, aumentando a capacidade de sobrevivência em meio ao ambiente hostil, repleto de bestas de dentes afiados. As tribos não demoraram a se tornar cidades, quando aquelas criaturas descobriram que podiam plantar seus próprios vegetais, em vez de colhê-los. Ou mesmo criar, em vez de caçar, os pequenos animais do qual obtinham a nutritiva carne.

Até mesmo os assustadores monstros, não pareciam mais tão assustadores assim, quando criados desde o nascimento. As espertas criaturas da savana não mais precisavam caminhar, pois montavam nas bestas mais ágeis, ou mesmo nas mais portentosas. E as que não podiam ser domesticadas, eram caçadas por aqueles que não as temiam – aqueles que mantinham sua conexão com o passado animalesco, mas bem faziam uso de sua inteligência para permanecerem sempre como caçadores, e nunca como caça, em lugares nos quais, para a maioria daqueles da cidade, isso parecia impossível.

Passados mais alguns milhares de anos, eles se espalharam aos milhões pelas extensões continentais. As cidades cresceram e prosperaram, formando metrópoles onde os indivíduos produziam e comercializavam incessantemente. A tecnologia se desenvolvia lenta, mas continuamente. O mesmo acontecia com a guerra. Finalmente veio a interessantíssima época em que aquelas criaturas colidiam suas espadas, atiravam suas flechas e montavam suas bestas magníficas em nome de poderosos impérios.

Era então um mundo em pleno desenvolvimento, mas ainda em grande parte inóspito e perigoso. Aquelas criaturas haviam adquirido a inteligência, haviam se reunido e prosperado em seus domínios, mas ainda eram inocentes como civilização. Tal qual se repetiria, muito tempo depois.

Afinal, aquelas criaturas viveram 65 milhões de anos antes do primeiro homem.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ansiosamente, espero o continuar do seu livro =D

Rabay disse...
Este comentário foi removido pelo autor.