quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Sem pobreza e, ainda, com liberdade


Após a queda do Muro de Berlim, seguiu-se uma década em que alguns poderiam declarar o seguinte: "A humanidade finalmente está unida e em paz; podemos nos concentrar nos problemas que temos como civilização".
Claro que essa linha de pensamento não durou muito, dado os ataques de 11 de setembro - até hoje, as manchetes sobre o terrorismo não deixam os jornais. Mas o sentimento de unidade da humanidade, mesmo que intermitente, prevalesce. Talvez sintamos que somos capazes, agora, de resolver nossos problemas universais.
Dentre tantos problemas que temos, sempre prevalescerá o da pobreza no mundo. É, e talvez por muito tempo continue a ser, o primeiro da lista.
O que gera a pobreza? Os recursos produzidos pela humanidade hoje, graças aos avanços técnicos e científicos, são muito superiores àqueles produzidos há um século. Entretanto, essas riquezas permanecem muito desigualmente distribuídas, fazendo com que uma grande parcela da população fique abaixo da linha da pobreza.
Uma solução possível para o problema seria dividir tudo de maneira absolutamente igual, entre todos. Entretanto, surge uma nova questão: o velho conflito da vida contra a liberdade. No caso, a liberdade de enriquecer.
Vida e liberdade são dois direitos que entram diversas vezes em conflito. As questões do aborto e da "segurança vigiada" ilustram bem isso. Embora possa parecer muito materialista (e é a segunda vez que digo isso este mês), devemos nos perguntar se estamos dispostos a abrir mão de nossa liberdade de enriquecer, em prol do direto à vida de todos, quando decidimos por essa opção.
Pessoalmente, acredito que há uma maneira de agradar tanto a gregos quanto a troianos. Somos privilegiados de viver numa época em que, talvez, a educação seja nosso principal meio de produzir riqueza. Se dermos educação a cada ser humano de maneira justa, estaremos permitindo que cada um tenha suas oportunidades de produzir o suficiente para sobreviver e, se assim quiser, também enriquecer.
Temos que ser o mais produtivos possíveis. No caso específico do Brasil, temos que elevar novamente o sistema público de educação ao nível que tínhamos há 40 anos. Não podemos aceitar nada menor do que a eficiência máxima: por exemplo, terras não podem ficar paradas, sem produzir. As atividades que se mostram mais produtivas para a sociedade devem ser incentivadas. Sempre menciono uma comparação que cabe agora, do Brasil com o Japão: o primeiro possui 8% de seus formandos engenheiros, enquanto o segundo, 25%. E há MUITO trabalho a se fazer no campo. Trabalho que só traz benefícios para a sociedade como um todo.
Desonestidade e incompetência são os verdadeiros luxos aos quais não podemos nos submeter, se quisermos acabar com o problema da pobreza.
E então passaremos para o próximo item da lista: o meio ambiente.

Um comentário:

Anônimo disse...

Aew, Rabay!! Aderindo ao Blog Action Day!!!
Gostei do tema que você escreveu. Faço uma ressalva: a educação que precisamos não é apenas aquela que nós aprendemos na escola, mas também valores, princípios. Aprender a conviver em sociedade.