sábado, 29 de março de 2008

Não posso voltar no tempo e impedir a postagem desse post, senão eu morro

Certa vez, enquanto bolava histórias pro RPG de Dungeons & Dragons que eu mestro, decidi colocar uma arma futurista, um fuzil laser pra ser mais específico, numa de minhas aventuras. Simplesmente achei que seria interessante colocar uma arma dessas num cenário medieval, e que isso certamente entreteria os jogadores. A solução que encontrei pra colocar aquela arma numa época diferente foi simples, uma viagem no tempo. Só que, lógico, eu teria que pensar em como funcionariam as viagens no tempo no meu mundo.

Quem se interessa pelo assunto, sabe que a viagem no tempo pode ser trabalhada de diferentes maneiras. Por exemplo, no filme De Volta para o Futuro, os personagens que viajam no tempo provocam alterações que criam novas linhas do tempo. O filme é divertido, claro, mas alguns pontos são falhos: certa hora, o protagonista (Marty, se não me engano) olha uma foto de seu túmulo no futuro, e quando faz uma alteração no passado, esse túmulo some, ficando só a foto do gramado. Porque alguém em sã consciência tiraria uma foto da grama da onde deveria estar o túmulo? Além disso, Marty quando volta ao futuro, encontra tudo diferente, sendo que ele não mudou nada. Fora todo o problema de se criar um paradoxo e “destruir o universo”.

Eu tentei bolar uma explicação diferente para como a viagem no tempo funcionaria nas minhas aventuras. Essa explicação parte da idéia de que a linha do tempo é única e que paradoxos não podem existir – de maneira alguma. As viagens no tempo podem até existir, mas um paradoxo não. E como fazer para nunca exista um paradoxo? Simples: o próprio universo se comportaria de uma maneira que impedisse que paradoxos fossem criados ao longo de sua história. Mesmo que isso, alguma vez, parecesse altamente improvável.

Por exemplo, suponhamos que você invente uma máquina do tempo e volte 50 anos para o passado e tente matar seu próprio avô. Você deixaria de existir, afinal seu avô não geraria seu pai ou sua mãe, que não geraria você. E como você teria feito essa viagem para matar seu próprio avô? Seria criado um paradoxo. Para que isso não acontecesse, o universo providenciaria que alguma coisa acontecesse com você antes que consumasse o homicídio. Sua máquina do tempo poderia não funcionar. Ou você poderia nunca encontrar seu avô no passado. Ou no último momento, você poderia simplesmente desistir!

Isso tudo parece muito forçado? Uma força quase divina guiando seus atos para que paradoxos não fossem criados?

Pense no andamento da história. Da sua história ou mesmo da de toda a humanidade. Nossa existência é repleta de possibilidades. Você pode parar de ler esse texto ou continuar a lê-lo até o final. Mas a questão é que você vai fazer apenas uma dessas coisas no futuro. A linha do tempo, pelo menos aquela em que nós vamos viver, é apenas uma. No futuro, todas as nossas decisões já foram tomadas, e nossa sorte já foi lançada.

Agora imagine o andamento de diferentes linhas do tempo possíveis como uma árvore. Tudo começa no Big Bang, que seria o tronco da árvore. Ao longo de toda a história, para cada possibilidade, temos um galho, para cada possibilidade derivada desta, uma ramificação desse galho, e assim por diante, até o topo da árvore, onde estamos, e que continua crescendo, cada vez com novas possibilidades.

Os “caminhos” possíveis nesta árvore que possuam paradoxos, simplesmente não vão existir, pois um paradoxo não pode existir. O que nos sobra? Apenas os galhos onde não há paradoxos. Mesmo que coisas absurdamente improváveis aconteçam numa linha do tempo, se elas forem minimamente possíveis e impedirem a existência de um paradoxo, haverá uma linha do tempo onde essas coisas estarão presentes. Por exemplo, você poderia ganhar na loteria e desistir de viajar no tempo para matar seu avô, simplesmente ficando para aproveitar sua fortuna.

Além disso, vale lembrar que a linha do tempo (pelo menos a que estamos/vamos viver!) é apenas uma. Assim, ainda no caso do assassinato do avô, se a viagem no tempo for efetuada, ela fará parte da linha do tempo, mesmo que ela não cause nenhuma mudança significativa (a morte do avô por exemplo).

Agora, como eu usei isso no RPG. O viajante no tempo, no caso, foi um astronauta vindo de milhares de anos à frente. Ele e sua equipe viajavam à velocidade da luz numa nave espacial, quando acabaram caindo na época “do jogo” (não me preocupei muito em explicar a viagem no tempo em si – apenas como ela funcionava no universo que eu criei; de fato, viajar na velocidade da luz é uma tarefa e tanto, visto que sua massa cresce exponencialmente). Mais precisamente, eles caíram (agora literalmente) numa geleira, e estavam sem combustível. Eles desejam encontrar combustível para a nave e voltar para um ponto no tempo um ano antes de terem partido – encontrando então seus “eus” do futuro – apenas para experimentar como o tempo se comportava. O destino, claro, “tratou” de impedir essa viagem de volta para o futuro – todos os astronautas menos um foram mortos durante a busca pelo combustível, mesmo estando armados com fuzis de tecnologia de ponta, por “lobos das estepes” (um monstro de D&D). O último astronauta chegou a interagir com os jogadores e até mesmo a explicar o intento dele e de seus companheiros – mas acabou sendo morto por um NPC que estava junto do grupo, que apenas desejava roubar sua poderosa arma.

Dessa narrativa percebe-se que, se os astronautas queriam criar um paradoxo (na linha do tempo eles não tinham se encontrado consigo mesmos um ano antes de partir!), alguma coisa teria que impedi-los de faze-lo. E essa coisa poderia ser uma simples desistência , ou a morte de todos eles, que foi o que aconteceu.

Bom, ao bolar a aventura, fiquei empolgado não só com ela, mas como essa idéia poderia explicar a existência de viagens no tempo de uma maneira simples e genial.

Mais tarde acabei descobrindo, porém, que eu não havia sido o primeiro a pensar nessa explicação:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Viagem_no_tempo
Leia a parte do princípio de auto-consistência Novikov, explica justamente essa teoria, apenas não detalha as linhas do tempo teóricas para cada possibilidade em que eu pensei.

Fora isso, fiquei muito surpreso (e agora estou na expectativa) quando passei a assistir a quarta temporada de LOST. É possível que esta teoria esteja sendo utilizada quando foi incluído o conceito de viagem no tempo na série, e mais, pode ser que isso seja a explicação para muitas coisas. Basta pensar, LOST é a terra das coisas improváveis. Sem querer dar muitos spoilers, um personagem tenta se matar jogando um carro contra um muro, e “milagrosamente sobrevive”, segundo a enfermeira que posteriormente cuida dele. Tenta de novo com uma arma totalmente carregada, e ela simplesmente falha! “A Ilha não vai deixar você se matar”, lhe diz outro personagem. Mesmo que o primeiro personagem tentasse atirar várias vezes na cabeça com a arma, se ele fosse vital para a inexistência de um paradoxo (posteriormente viajando no tempo para o passado e definindo acontecimentos essenciais no começo da série, por exemplo), a arma “trataria” de falhar todas as vezes.

Bem, para concluir, devo dizer que as viagens no tempo estão muito longe da nossa realidade atualmente. Mas, pelo menos, espero que vocês tenham apreciado o quanto elas podem ser plausíveis na ficção com essa teoria, assim como eu fiquei (apesar de que eu ficaria bem mais animado se continuasse a pensar que tinha sido uma idéia original, heheh).

Agora se você não gostou da teoria nem do meu texto, te aconselho inventar uma máquina do tempo, voltar duas horas antes da postagem e me matar. Ou pelo menos tentar, hahahah.

11 comentários:

Anônimo disse...

Hahahahaha, me senti assistindo a um episódio de The Big bang Theory. xD~
You Sheldon!

Interessante sua teoria sobre viagens no tempo e a relação com Lost. Lost faz muito sentido, já que a série vive de brincar com passado e futuro. Eu devo ser a única pessoa que assiste Lost e não tem teoria alguma, xD~

Ach que viagens no tempo são coisas de extraterrestres. xD

D-mariano disse...

Xd
não assisto lost..xD

enfim...interessante, rabay tb pensa.
Em coisas ja pensadas mas pensa..XD

Mas tava pensando, existe a teoria de viagem do tempo e a de planos, não é?
Então, mesmo voltando no tempo você poderia estar mudando de plano, tipo, ao voltar no tempo você volta na verdade em um plano-cópia, sendo assim oque você mudar aqui não afetará você exatamente, mas sim o você-cópia.

XD
resumindo, me arruma oque você bebeu ai e tá tudo certo.

Leonardo Passinato disse...

Ha! Adorei...amo passar o tempo discutindo essas coisas. Me fascina o fato de que essas questões da física e áreas afins se tornam cada vez mais um exercício filosófico à medida em que ficam mais complexas.

Pelo visto vamos ter muita coisa pra discutir, não é mesmo?

Hugo Petelin disse...

Aeeeeeeeee !!!
Curti bastante esse post !!!
Já conhecia essa teoria é claro que não muito bem, mas existem alguns filmes que tratam de viagens no tempo por esse ponto de vista (quando eu lembrar algum eu te falo)...
Vale ressaltar que no exterminador do futuro, a rebelião das maquinas só pôde ser atrasada e não cancelada, mesmo com o Schwarzenneger voltando trocentas vezes pro passado...
Acho q isso jah ajuda... xD

Nefelibata disse...

Mas Rabay... XD Na velocidade da luz a gente vai pro futuro...! XD

A não ser que algum buraco de minhoca nos conecte?

Hum, é uma teoria interessantíssima. Como se uma "gravidade" irresistível garantisse não haver paradoxo.

Mas eu pergunto. Fisicamente, não haveria ainda uma infinitude de outros paradoxos não exatamente tão óbvios quanto o de matar meu próprio avô? E as coisas imprevisíveis?

E, por que não, poderíamos até dizer que, por essa teoria, a própria viagem ao passado se torna impossível: digo, supondo que o Universo "conspire" para não haver paradoxos... será que não conspiraria para que a própria máquina do tempo fosse impossível de funcionar, uma vez que, havendo viagens no tempo, o paradoxo pode ser até entrópico?

Tem um seriado antiiiiiigo... que passava na Cultura. Chamava-se "A Garota do Futuro", mas o título original era "The Girl of Tomorrow". Eu, de moleque, curti bastante ^^ e era legal também porque, como era australiano, não tinha aquele Destino Manifesto dos americanos, hehehe.

Rabay disse...

@bibi: Pensei que vc ia ficar brava com os spoilers, ainda bem que não =)

Mas assista a quarta temporada que tah mto boa... Eu nem acompanhava as outras temporadas, passei a acompanhar essa pela net, e quando você assistir e for mostrada a teoria, lembre-se quem falou primeiro hein? huahuahuahu

@DJ: Viajem pra outros planos, vc quer dizer, viagem pra linhas do tempo alternativas? Se sim, realmente vc encontra seu eu-cópia e faz alterações que só vão influir naquele plano (prefiro chamar de linha do tempo alternativa)... Mas com essa "minha" teoria eu prefiro pensar numa só linha do tempo e que tudo que já aconteceu não pode ser mudado, e que se alguém viaja pro passado, não vai fazer alterações.

@Leo: E o melhor disso tudo é não ter que se ater ao rigor científico, heheh.

@Hugo: Então, sobre o Exterminador do Futuro, eu já acho meio confuso, porque os robôs são mandados ao passado para matar o John Connor. Mas o que vai acontecer no futuro, o cara vai sumir na frente de todo mundo se o robô obtiver sucesso no passado? Ou vai ser criada uma nova linha do tempo onde o John Connor nunca existiu? Mas de que adianta criar uma nova linha do tempo se a sua continua na merda? heheheh

@Thiago: Então, sobre a viagem no tempo em si, eu não me concentrei muito nela, mas o raciocínio que eu usei foi o seguinte:

Na espaçonave dos astronautas, conforme ela foi se aproximando da velocidade da luz, o tempo foi passando cada vez mais devagar dentro dela, e mais rápido do lado de fora (como no paradoxo dos gêmeos, que um é mandado numa viagem espacial, e o outro fica na terra, quando o primeiro volta o irmão está muito mais velho). Só que na minha história os astronautas efetivamente chegaram na velocidade da luz (mas repito, isso é impossível porque a sua massa se torna infinita devido aos efeitos da relatividade, só que eu desconsiderei isso no RPG), e quando eles chegaram nela, eles olharam para fora da nave, e tudo estava acontecendo ao mesmo tempo... se quanto mais rápido vc viaja na velocidade da luz, quando você ESTÁ na velocidade da luz eu assumi que todos os instantes acontecem ao mesmo tempo do lado de fora, como se não existisse o tempo no universo, do lado de fora...

Então, quando os astronautas DESACELERARAM, como a aceleração não foi idêntica à aceleração, eles voltaram num tempo diferente da época que saíram. Claro, tudo isso sem muito rigor científico, que fique registrado.

Sobre os outros paradoxos não aparentes. Sim, somente a viagem no tempo para o passado criaria uma infinidade de alterações (efeito borboleta), mas você tem que pensar que, por essa teoria, só há uma linha do tempo original, e que todas as alterações provocadas fazem parte dela. Por exemplo, se agora mesmo aparecer um Thiago do futuro na sua frente, 30 anos mais velho, pode ter certeza que você vai dar um jeito de, daqui a 30 anos, voltar no tempo e se encontrar consigo mesmo no passado, exatamente com a aparência que você "se viu" no passado. Lembre-se, a linha do tempo é só uma (a que nós vamos viver pelo menos), não existe uma linha do tempo em que essa viagem não aconteceu! (Na verdade pode existir, mas não teríamos nenhuma relação com ela)

O universo conspira para evitar os paradoxos. Isso tanto pode impedir uma viagem pro passado que altere alguma coisa que acontece no curso da História, como pode OBRIGAR a invenção de uma máquina do tempo para que acontecimentos da História realmente aconteçam!

Vamos supor que as pirâmides foram construídas pela nossa civilização avançadíssima no futuro, que viajou para o passado para construí-las, na nossa linha do tempo. A auto-consistência OBRIGA que seja inventada a viagem no tempo e que seja enviada exatamente a mesma "equipe" (num nível molecular eu diria!) que construiu as pirâmides no passado.

E qual eh a dessa série? E o que diabos é Destino Manifesto? huahauhauh

Nefelibata disse...

Ah, sobre a série, eu tentei achá-la no Youtube uma vez, mas só tinha trecho de um episódio... em má qualidade ainda.

Enfim, a história é mais ou menos essa: lá pelos idos do ano 3000, a civilização humana havia superado uma grande crise (que devastou todo o hemisfério norte), e era, digamos, algo que poderíamos hoje chamar de "evoluída". As pessoas eram boazinhas, não brigavam, mentiam e cooperavam uma com as outras sem solapar o meio-ambiente. Então eles terminam por criar uma máquina do tempo, um sólido semi-esférico que rodopia e tchans, te leva para qualquer parte do tempo.

E uma garota dessa época, 3000 d.C., vem parar aqui na década de 1990 d.C. Alguns problemas com a máquina, alguns efeitos borboleta e a série vai desenvolvendo sua trama, que não contarei porque sou anti-spoiler. ... e também porque não me lembro de muita coisa mais XD.

O fato de o hemisfério norte ter sido devastado tem a seguinte explicação: o desenvolvimento tecnológico e econômico das potências mundiais, dos EUA ao Japão, passando por Europa e a ex-URSS, provocou uma hecatombe que acabou por dizimar toda essa área. Penso que foi uma crítica ao desenvolvimento irresponsável daquelas nações à época (não que se tenha mudado tanto assim atualmente...), e o resultado disso foi uma série em que as coisas ocorrem não em NY, LA, SF ou Chicago, mas na Austrália. Ou seja, os EUA são coadjuvantes pálidos nessa série.

E eu gostei disso.

Primeiro porque há variedade de enredo. Incrível, por exemplo, que as tragédias sempre ocorram nos EUA, sendo que a realidade é curiosamente diferente disso. É alienígena, meteoro, enchente, The Big One, bomba atômica, até o Godzilla. Hollywood adora destruir sua terra natal (bem, até o faz, mas é uma outra história, hehe).

Em segundo lugar, por causa do tal Destino Manifesto. É um conceito histórico. Quando as Treze Colônias norte-americanas conquistaram sua Independência, havia na mente dos estadunidenses o que se chamava de Destino Manifesto. Sendo aquelas colônias muito religiosas, acreditavam que Deus os havia designado para conquistar e governar a América do Leste ao Oeste, do Atlântico ao Pacífico; ou seja, que os Americanos estavam destinados a senhores daquelas terras. Animados por essa ideologia, os americanos não hesitaram em avançar para o Oeste e abocanhar cada vez mais territórios. Promoveram guerras, cometeram genocídios, fizeram o diabo, mas conseguiram, paulatinamente, dominar boa parte da costa Oeste e mais outras tantas paragens.

Mas o Destino Manifesto não foi esquecido aí: foi ampliado numa coisinha perigosa, pulando a costa Oeste e pensando em outro lugarzinho pequenino, assim, como o Mundo. Então conseguiram Hawaí, quase conseguiram as Filipinas e por pouco também não tomaram Cuba para si.

Hoje, o Destino Manifesto se reproduz de maneira menos territorialista: dá aos EUA legitimidade de serem a Polícia do Mundo e poderem, no limite, desrespeitar a ONU para fazer a Guerra do Iraque. Em Hollywood, isso se traduz da seguinte maneira: se os problemas ocorrem aqui (para insuflar aquele patriotismo básico), a solução também sairá daqui. O mundo é ameaçado nos EUA, e salvo pelos EUA. Afinal, quem ganhou a Primeira e Segunda Guerras Mundiais? O mesmo salvador que livrou a Terra do meteoro, que salvou a nação dos alienígenas, e que tem entre seus agentes figurinhas como o Jack Bauer XD

Bom, essa série The Girl of Tomorrow subverte essa lógica. É o lado subdesenvolvido do planeta que vai resolver seus problemas, com o que pode oferecer. Pelo menos é o que me lembro da série, hehehe.

Claro, o fato de eu ter gostado de uma série de mil novecentos e bolinha, quando criança, pode trazer algumas desagradáveis surpresas se eu a vir hoje de novo XD (mas do tema de abertura e encerramento eu ainda me lembro, e era legal, com certeza!)

Nefelibata disse...

Rabay, consegui comentar mais longamente do que você XD

E esqueci de dizer algo XDDDDDD

No caso das pirâmides que você falou, que necessariamente a coisa se repetiria, em ciclo.

Isso nos oferece uma aporia (tenho certeza de que o Léo vai gostar dessa palavra, hehe).

Se supusermos que o tempo é linear, então QUEM terá sido o primeiro a voltar nele e erguer as pirâmides? Se a coisa se obriga sempre a se repetir, só podemos chegar à conclusão de que o tempo é cíclico, e não linear.

Da concepção de tempo que se tem hoje, necessariamente foi preciso ter havido pelo menos uma realidade em que as pirâmides não existiram com ajuda de uma sociedade do futuro, para então ela vir interferir no seu passado e o ciclo se desencadear a partir daí. Mas se o Universo necessariamente obriga que a linha do tempo se faça igual, mesmo essa primeira sociedade do futuro verá, à sua época, pirâmides erguidas por uma "sociedade do futuro zero".

Assim, se o tempo é cíclico e vinculante... como fica nosso livre-arbítrio? Simplesmente não temos chance de exercitar nossa liberdade, porque sempre que tentarmos fazer o mínimo de diferença dos ciclos passados, o Universo conspirará para que não o façamos, de forma que, no limite, sequer teríamos a possibilidade de pensar diferente do que pensamos nos ciclos passados, garantindo assim, se houver viagens no tempo, que os ciclos futuros também serão exatamente iguais.

Hoho... e agora? XD

Nefelibata disse...

Ah, e não respondi sua enquete, por mais da hora que seja XDD porque não acho que o mundo vai acabar por qualquer daquelas opções XDDDD

Rabay disse...

Então o Destino Manifesto é o que originou todo esse "fanatismo patriótico" dos EUA... interessante, porque isso acaba se refletindo nas autoridades, que então as usam como forma de manipular as massas, e não só pra essa ideologia como pra outras, como o fanatismo religioso no Oriente Médio, ou mesmo o "jeitinho brasileiro" aqui...

Agora, você invocou o nome de Jack Bauer em vão XDDD
A série provou muitas vezes que o foco não é só o combate aos terroristas e a exaltação dos EUA. Teve uma temporada que quem estava por trás de tudo eram empresários americanos que desejavam aumentar o preço do petróleo no oriente médio. Para isso eles financiaram terroristas pra atacar os EUA e forjaram uma prova de que 3 governos de países no Oriente Médio estavam envolvidos. Então todo um segmento de uma temporada foi dedicado a provar que a gravação era forjada e evitar que esses países fossem atacados injustamente.

Em outra temporada acontece a mesma coisa, só que o próprio presidente é que está por trás de tudo! Supostamente defendendo os interesses americanos... Claro, Jack Bauer no final acaba fazendo com que ele confesse e ele é retirado do poder. Por isso eu te digo... Assiste que é bom! huahuahua

Mas enfim acho que o negócio do Jack Bauer é muito mais profundo que a luta dos EUA contra o terrorismo, é mais o dilema entre sacrificar uma ou muitas pessoas pra salvar milhares, se a tortura é válida quando milhares de vidas estão em jogo, entre outros. Jack Bauer foi tantas vezes contra o governo que já encheu o saco, heheheh.

Agora sobre a série, realmente não assista de novo, é a regra dos 15 anos, se você assiste algo que já viu antes dos 15, você vai odiar =P

Agora sobre a viagem no tempo que é o principal. Segundo a teoria da auto-consistência não há uma linha do tempo onde as pirâmides não foram construídas. Acho que as pirâmides foram um péssimo exemplo, pois elas afetaram profundamente a história, e não faria muito sentido uma civilização futurista, ao vê-las construídas no futuro, voltar para construí-las. Agora se essa civilização simplesmente viajasse no tempo para acompanhar a construção das pirâmides, e descobrissem que eles é que construíram as pirâmides nessa viagem e efetivamente as construíssem, a teoria seria válida.

Um bom exemplo da teoria acontece em Harry Potter e o Prisioneiro de Azkabán, quando o Harry e a Hermione voltam no tempo... Na primeira passagem pela linha do tempo, várias "coisas misteriosas" ajudam eles. Quando eles viajam no tempo, eles descobrem que foram eles mesmos que ajudaram suas contrapartes "originais".

Bom me confundi um pouco com o que você falou aí sobre os ciclos heheh, mas voltando a lembrar, na teoria a linha do tempo é uma só. Pense que com a viagem no tempo para o passado, a chegada acontece antes da partida pelo andamento da linha do tempo. Isso é plausível a partir do momento que analisamos as possibilidades - o futuro ainda não acontecem, mas existe um futuro POSSÍVEL onde ocorre essa partida para o passado. Então se de repente aparecer aqui na minha frente um "Rabay do futuro", dizendo que "daqui a 50 anos, você vai viajar no tempo e visitar você mesmo, como eu estou fazendo agora", obrigatoriamente se passarão os 50 anos e eu irei viajar no tempo nas exatas condições que veio o "Rabay do futuro", lembrando que não existe a possibilidade de eu não ir porque ela criaria um paradoxo (a viagem no tempo não seria efetuada), nem que alguém me jogue à força na máquina do tempo. Aliás seria uma garantia de vida interessante receber uma visita de você mesmo vindo do futuro, heheh, eu ia sair me suicidando por aí e sempre sobrevivendo milagrosamente, huahuahuahuahu

Agora esse negócio do livre-arbítrio chega a ser assustador. A necessidade de cumprirmos somente uma linha do tempo de existência é que faz com que tenhamos apenas a ilusão do livre-arbítrio, quando na verdade, como na frase do meu post, "todas as nossas escolhas já foram feitas no futuro, e nossa sorte já foi lançada" o.o'

E realmente você é o escritor master, eu fico é cansado de escrever tanto e repito várias vezes a mesma idéia, huhauhauha.

Anônimo disse...

Leagal essa teorias e dicas !!!
Qual e a verdadeira teoria que explica a que marty ñ pode ver ou tocar ele no passado ou no futuro ?
Por que aconteceria um caos ?

orkut:dihogo dark9999
queria uma explicaçao ?