sábado, 22 de novembro de 2008

Trodonte - Mitologia

No nada infinito, sem começo nem fim, flutua Agox. Imóvel, o mesmo tem a forma de um saurópode negro. É eterno, mas não por ser imortal. Agox transcende a vida, a morte e o próprio tempo.

Agox representa a inexistência possível e impossível. Os sonhos, o futuro e tudo que possa ser inventado ou um dia existir residem nele.
Sobre as escamas de Agox, minúsculo em comparação, caminha seu irmão Gox, também um saurópode solidamente negro. A diferença de grandeza é tremenda, tal que o último vaga nos sulcos das escamas do primeiro, como se estas formassem vales grandiosos. A grande caminhada de Gox sobre seu irmão não tem começo ou fim. Esporadicamente, Gox arranca um naco de carne de seu irmão, engolindo-o rapidamente.
Gox representa o universo, e tudo aquilo que existe. A Caminhada de Gox representa o contínuo do tempo, enquanto que os caminhos que o dinossauro escolhe nos sulcos das escamas de seu irmão representam todas as possibilidades. O ato de arrancar partes de seu irmão representa a renovação das coisas reais, com a matéria do irreal.
Há tempos incalculáveis, nasceram por brotamento e em suas costas os dois primogênitos de Gox: Ordox e Caox. Ambos tinham, a princípio, formas de prossaurópodes. Ordox, porém, escolheu mudar sua forma para a de um trodonte (muito antes da existência dos trodontes). Enquanto isso, Caox escolheu regredir à forma de um saurópode.

Ordox é a ordem, o progresso e o desenvolvimento de todas as coisas. Caox é a desordem, a destruição e a involução de todas as coisas, mas também pode ser interpretado como a constância.

Após os primogênitos, Gox gerou, também por brotamento, mais quatro prossaurópodes. Eram estes os quatro elementos primordiais: Piros (o fogo), Lithos (a terra), Aeros (o ar), e Hidros (a água).

Os seis irmãos vivem nas costas de Gox, o qual não cessa sua caminhada.

Desde o nascimento conjunto, os irmãos primogênitos Ordox e Caox se completavam. Ordox criava seres, sensações, monumentos e outras tantas coisas fabulosas e impensáveis por qualquer trodonte da época moderna (mas nunca imprevistas por Agox, que na verdade era a fonte de todas essas coisas). Caox, por sua vez, tinha a tarefa inata de destruí-las, uma por uma, reduzindo-as ao nada como se nunca tivessem existido. Os irmãos permaneciam neste ciclo, aparentemente perfeito e equilibrado.

Porém, num dado momento, Ordox convenceu-se que, na verdade, não havia um equilíbrio. Que, na realidade, havia a constância do ciclo construção-destruição em si. Decidido, dominou seu irmão, imobilizando-o e prendendo-o ao chão.

Desde que Ordox imobilizou Caox, os dois permanecem praticamente parados. O tempo sem se mexer fez com que Ordox, o único com os pés no chão, criasse raízes que penetraram fundo nas costas de Gox. E foi isso que possibilitou, a princípio, o desenvolvimento do planeta, da vida e da civilização trodonte.

[continua]

PS.: Me desculpem pelos nomes ridículos, não tive tempo (ou saco) pra procurar (ou pensar em) nomes legais. Mas fica aí a idéia.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ah, eu gostei dos nomes, hehehee.
E o desenvolvimento da estória é interessante... =)